Fora das mesas e fora do jogo. Um problema com o visto impediu o brasileiro Hugo Calderano de disputar o Grand Smash de Las Vegas, nos Estados Unidos – uma das competições mais importantes do circuito mundial de tênis de mesa, com início nesta sexta-feira (4). Mesmo entre os favoritos, o número 3 do ranking mundial não pôde embarcar para o país.
Apesar de ter a cidadania portuguesa, Calderano não conseguiu autorização necessária para entrar em solo americano sem visto. Isso porque, segundo a legislação dos Estados Unidos, quem visitou Cuba após 2021 está impedido de ingressar no país por meio do Sistema Eletrônico para Autorização de Viagem (ESTA, na sigla em inglês). O atleta chegou a preencher o formulário obrigatório para cidadãos de países com isenção de visto, como Portugal, mas uma viagem a Cuba em 2023 teria sido o fator inviabilizou a entrada.
Segundo a assessoria de Hugo, a confirmação do documento por parte das autoridades americanas demorou. Em seguida, veio a resposta oficial: o atleta não estava elegível para a isenção de visto por ter visitado Cuba em 2023. Na ocasião, Calderano esteve no país para disputar o Campeonato Pan-Americano e o torneio de qualificação para os Jogos Olímpicos de Paris em 2024.

Diante da negativa, o número 3 do mundo buscou alternativas emergenciais para tentar viabilizar sua participação no Grand Smash. Foram feitos contatos com a Associação de Tênis de Mesa dos Estados Unidos (USATT) e com o Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos (USOPC), mas não havia possibilidade de agendamento consular que permitisse a obtenção de um visto regular a tempo do início da competição.
“Segui o mesmo protocolo de todas as viagens anteriores que fiz aos Estados Unidos utilizando o meu passaporte português. Ao ser informado sobre a situação, mobilizei toda a minha equipe para conseguir um visto regular de emergência, mas, infelizmente, não houve tempo hábil. É frustrante ficar de fora de uma das competições mais importantes da temporada por questões que fogem do meu controle, especialmente vindo de resultados tão positivos”, lamentou Calderano, em nota.
A ausência no torneio acontece justamente no melhor momento da carreira de Hugo. Depois de ficar na quarta colocação nas Olimpíadas de Paris, o brasileiro vem embalado por uma sequência impressionante em 2025: conquistou o título da Copa do Mundo, foi vice-campeão no Campeonato Mundial – disputado a cada dois anos – e, venceu o WTT de Star Contender da Eslovênia, somando pontos importantes para se manter entre os melhores do ranking mundial.
Por Inês Becegato | Revisão: Daniela Gentil
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