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Criança e dois adolescentes são baleados em ataque com mais de 40 tiros em Porto Alegre

Polícia investiga ação de facção criminosa; Moradores da região relatam insegurança em meio a escalada de violência

Um ataque a tiros deixou uma criança e dois adolescentes feridos na noite de domingo (19), na Zona Sul de Porto Alegre. De acordo com a Polícia Civil, o crime teria sido executado por integrantes de uma organização criminosa e pode ter sido ordenado de dentro do sistema prisional. As vítimas, de 11, 15 e 17 anos, foram socorridas em estado grave e passaram por cirurgias.

Segundo relatos de testemunhas, que preferiram não se identificar, mais de 40 disparos foram efetuados durante o ataque. O adolescente de 17 anos foi atingido por sete tiros; o de 15, por cinco; e a menina, de 11 anos, por dois. A cena, segundo vizinhos, foi de desespero e pânico, com moradores se abrigando dentro de casa para escapar dos disparos.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) fez o resgate das vítimas. A criança e o adolescente mais velho foram levados em estado grave para o Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre (HPS), enquanto o outro ferido foi encaminhado ao Hospital Cristo Redentor. Até o momento, não há atualização oficial sobre o quadro de saúde deles.

Execução em plena rua

De acordo com informações da Brigada Militar (BM), o ataque ocorreu quando quatro homens chegaram em um carro, desceram armados — três com pistolas e um com uma arma longa — e iniciaram os disparos contra as vítimas.

Após o ataque, os criminosos voltaram para o veículo e fugiram em alta velocidade. A polícia ainda não confirmou o modelo ou a cor do carro, mas imagens de câmeras de segurança da região já foram solicitadas para ajudar na identificação dos suspeitos.

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) assumiu a investigação. O diretor da divisão, delegado Mário Souza, confirmou que os autores já foram identificados e que o crime tem ligação com uma facção criminosa que atua na capital gaúcha.

Ordem teria partido de dentro do presídio

O delegado afirmou que os primeiros levantamentos apontam que o ataque foi ordenado por líderes da facção de dentro do sistema penitenciário.

“Quando acontece um delito ligado a uma facção, geralmente uma liderança determinou ou consentiu o ataque, como esse que aconteceu. A Polícia Penal já tomou providências para revistar algumas celas possivelmente ligadas a esse evento”, disse Souza.

A Polícia Penal confirmou que equipes foram mobilizadas para fazer uma varredura em unidades prisionais onde há presos vinculados ao grupo investigado. O objetivo é localizar celulares e mensagens que possam comprovar a comunicação entre os criminosos dentro e fora do presídio.

Zona Sul sob tensão

Moradores da região onde o crime ocorreu relatam que o bairro vive sob tensão há meses devido a confrontos entre grupos rivais. Segundo informações da Brigada Militar, a área é disputada por duas facções que controlam o tráfico de drogas em comunidades próximas.

“É tiro quase toda semana. A gente vive com medo, as crianças não podem mais brincar na rua”, contou uma moradora, que pediu para não ser identificada.

Em resposta, a Brigada Militar anunciou que reforçou o policiamento na Zona Sul nesta segunda-feira (20), com aumento das rondas ostensivas e barreiras em pontos estratégicos. O comando da corporação afirmou que o objetivo é evitar novos confrontos e garantir a segurança dos moradores.

Investigação e próximos passos

A Polícia Civil deve ouvir testemunhas nos próximos dias e aguarda os laudos periciais coletados na cena do crime. Cápsulas de pistolas e de fuzil foram encontradas no local, indicando o uso de armamento pesado.

Os investigadores trabalham com a hipótese de que o ataque tenha sido uma retaliação dentro da disputa por pontos de venda de drogas. O delegado Mário Souza afirmou que as provas colhidas até agora reforçam essa linha de investigação.

“Já temos elementos que apontam o grupo responsável. Nosso trabalho agora é consolidar as provas e solicitar à Justiça as medidas cabíveis para localizar e prender os envolvidos”, disse o delegado.

O caso será tratado como tentativa de homicídio qualificado, e os suspeitos poderão responder também por associação criminosa e porte ilegal de armas de fogo de uso restrito.

O Contexto da violência

Porto Alegre vive uma escalada de violência ligada à guerra entre facções rivais que disputam o tráfico de drogas. Dados da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP-RS) mostram que, apenas em 2025, o número de tiroteios registrados na capital já supera o mesmo período do ano passado.

Em muitos desses casos, as vítimas acabam sendo pessoas sem envolvimento direto com o crime, como ocorreu neste episódio. A presença de uma criança de 11 anos entre os feridos reforça a gravidade da situação.

Estado reforça ações integradas

O governo do Rio Grande do Sul informou que está integrando ações entre a Brigada Militar, a Polícia Civil e a Polícia Penal para combater o crime organizado na capital e na Região Metropolitana.

A Secretaria de Segurança Pública anunciou também que o sistema de videomonitoramento inteligente de Porto Alegre será ampliado para bairros da Zona Sul, com uso de câmeras que identificam veículos suspeitos e reconhecem placas em tempo real.

O Comando de Policiamento da Capital (CPC) informou que novas operações de saturação serão realizadas nas próximas semanas, com abordagens, cumprimento de mandados e presença ostensiva nas ruas.

Comunidade pede paz

Na manhã desta segunda-feira (20), moradores realizaram uma pequena manifestação pedindo mais segurança e denunciando o aumento da violência na região. Com cartazes que diziam “Queremos viver em paz” e “Chega de tiros”, o grupo se reuniu próximo ao local do ataque.

“Não podemos normalizar o que está acontecendo. Uma criança foi baleada, isso é inaceitável. Precisamos de presença constante da polícia, não só depois da tragédia”, afirmou uma das organizadoras do protesto.

A Polícia Civil segue as investigações para localizar e prender os quatro homens que participaram do ataque. O caso expõe, mais uma vez, a vulnerabilidade de comunidades da capital diante da disputa entre facções e o desafio das autoridades em conter a escalada de violência que atinge, inclusive, crianças e adolescentes.

Por Alemax Melo I Revisão: Daniela Gentil

VEJA TAMBÉM: Polícia desmantela quadrilha de roubos de celulares e joias em São Paulo

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Marcia Dantas

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