A demissão de Carlos Lupi do Ministério da Previdência Social, em meio ao escândalo de fraudes no INSS, reacendeu as tensões dentro do PDT em relação ao seu apoio ao governo Lula. Ciro Gomes, figura histórica e influente do partido, tem intensificado nos bastidores a sua articulação para que a legenda abandone a base de sustentação do governo petista.
Crítico ferrenho de Lula, mesmo com o PDT integrando a coalizão governista e ocupando um ministério de destaque, Ciro vê na saída de Lupi uma oportunidade para o partido tomar um novo rumo político. Apesar de Carlos Lupi, presidente licenciado do PDT, ter afirmado em sua carta de demissão que todas as investigações foram apoiadas desde o início pelo ministério e pelo governo, o escândalo gerou um desgaste significativo para a imagem da legenda.
Para Ciro Gomes, a permanência do PDT na base de Lula após esse episódio poderia comprometer ainda mais a sua imagem e as suas futuras pretensões eleitorais. Setores do PDT já vinham demonstrando certo desconforto com a postura do governo em algumas áreas, e a crise no INSS, que culminou com a saída de um dos seus principais quadros do ministério, acirrou o debate interno sobre o futuro da aliança.
Ainda não há uma posição oficial do PDT sobre um possível rompimento com o governo Lula. No entanto, a pressão exercida por Ciro Gomes, somada ao impacto do escândalo na Previdência, coloca uma interrogação sobre a continuidade do apoio da legenda ao Palácio do Planalto.
Para alguns membros do partido, este momento delicado poderia ser utilizado para realinhar o PDT como uma voz independente no cenário político, pavimentando o caminho para uma eventual candidatura de Ciro Gomes à presidência em 2026, distanciando-se de eventuais desgastes do governo Lula. A decisão final sobre o futuro da relação entre o PDT e o governo deverá ser definida nos próximos dias, após debates internos e possíveis manifestações da direção partidária.
Por Felipe Lessa | Revisão: Daniela Gentil