Os portugueses vão às urnas neste domingo (18/05), para eleger um novo parlamento, pela terceira vez em apenas três anos. De acordo com sondagens do jornal Público, a força de centro-direita do país deve chegar ao poder.
O pleito foi convocado de forma antecipada depois do escândalo envolvendo um conflito de interesses na empresa de consultoria da família do primeiro-ministro Luís Montenegro.
A crise levou à dissolução da Alternativa Democrática, aliança partidária formada pelo Partido Social Democrata (PSD) e o Centro Democrático Social (CDS), após o caso vir à tona em fevereiro deste ano.
Relembre o caso
A Spinumviva, empresa com atuação nos setores de consultoria e negócios imobiliários, foi criada por Montenegro e sua família em 2021. Mesmo após sua eleição como presidente do PSD, ele manteve vínculos indiretos com a empresa, que prestava serviços a um grupo de cassinos com concessões reguladas pelo governo.
Embora tenha transferido suas ações para a esposa, a operação foi considerada inválida segundo o Código Civil português, já que são casados em regime de comunhão de bens. O escândalo abriu margem para acusações de conflito de interesses e levou à abertura de uma investigação preventiva pelo Ministério Público.
Centro-direita no pódio?
Segundo o compilado de pesquisas do jornal Público a coligação Aliança Democrática (AD), liderada por Montenegro, teria 31,3% das intenções de voto, enquanto o Partido Socialista (PS), sob a liderança do economista Pedro Nuno Santos, apareceria com 26,7%.
Na eleição de um ano atrás, a AD saiu vitoriosa com 28,8% dos votos, superando por uma margem estreita o PS, que obteve 28%. O partido Chega ficou em terceiro lugar, com 18% dos votos. Com isso, existe a sensação de vitória aos adeptos da linha política de centro-direita, naturalmente.
De acordo com dados oficiais, até as 16h (horário de Portugal) foi registrada uma participação de 48,29% nas urnas, número que contou com a antecipação de votos de 318 mil eleitores. O encerramento da votação ocorreu às 20h do horário local.
Boca de urna indica avanço da AD e disputa acirrada entre PS e Chega
De acordo com a projeção à boca de urna do Centro de Sondagens e Estudos de Opinião (Cesop), feita para a RTP, a coligação Aliança Democrática (AD) deve mesmo sair vitoriosa, com uma estimativa entre 29% e 34% dos votos, o que representaria de 85 a 96 deputados — um avanço em relação aos 80 conquistados no último pleito.
O Partido Socialista (PS) aparece em queda, com projeção entre 21% e 26% dos votos e entre 52 a 63 deputados. Já o partido Chega mostra força e aparece tecnicamente empatado com o PS, com estimativas entre 20% e 24% dos votos, podendo garantir de 50 a 61 assentos no Parlamento.
Na sequência, a Iniciativa Liberal deve ficar com 4% a 7% e eleger de 6 a 12 deputados. O Livre também cresce e pode conquistar de 4 a 10 mandatos. A CDU aparece um pouco à frente do Bloco de Esquerda, e o PAN corre risco de não eleger ninguém. Já o Juntos pelo Povo (JPP) pode conseguir até 1 deputado.
Por Daniela Gentil | Revisão: Redação