Itália — Em um gesto de forte repercussão internacional, o Vaticano publicou nesta terça-feira (6) um comunicado oficial contundente, no qual os cardeais reunidos em Congregação Geral antes do Conclave manifestam profunda preocupação com os conflitos armados que assolam o mundo e fazem um apelo urgente por paz.
No documento, os cardeais lamentam a falta de avanços nos processos de paz na Ucrânia, no Oriente Médio e em outras regiões, e denunciam o agravamento da violência, especialmente contra civis.
“Fazemos um apelo sincero a todas as partes envolvidas para que cheguem a um cessar-fogo permanente o mais rápido possível e negociem, sem pré-condições ou mais demoras, a paz há muito desejada pelas populações envolvidas e por todo o mundo”, diz o comunicado de imprensa.
A Santa Sé pede um cessar-fogo permanente, negociado de forma imediata e sem precondições, reforçando o desejo das populações que sofrem há anos com a guerra. O texto ainda convoca todos os fiéis do mundo a intensificarem suas preces por uma paz justa e duradoura.
A manifestação é considerada rara e estratégica. Ela ocorre no contexto de mudança no comando da Igreja, às vésperas da escolha do novo Papa. Observadores internacionais veem o gesto como um reposicionamento do Vaticano, que assume uma postura mais ativa diante das crises geopolíticas.
A linguagem direta e o momento em que a declaração é feita amplificam seu alcance. O Vaticano parece, agora, disposto a retomar o protagonismo diplomático que historicamente exerceu em negociações de paz e em mediações internacionais.
Este é, até o momento, o mais forte posicionamento da Santa Sé em 2025, e pode vir a influenciar não apenas a opinião pública global, mas também os bastidores da política externa de potências envolvidas nesses conflitos.
Por David Gonçalves, Correspondente Internacional