O empresário Paulo Cupertino Matias, acusado de matar com 13 tiros o ator Rafael Miguel e os pais dele, em 2019, vai a júri hoje (29), no Fórum da Barra Funda, zona oeste de São Paulo. Está é a segunda vez que Cupertino senta no banco dos réus.
O julgamento anterior, em 10 de outubro de 2024, foi anulado logo após os depoimentos da ex-mulher de Cupertino, Vanessa Tibcherani, e da filha Isabela. Na ocasião, o réu destituiu seu advogado, alegando que não confiava mais nele para fazer sua defesa. Desta vez, ele alegou, em carta, que continua sem advogado e pede novo adiamento.
Além de Cupertino, dois amigos dele, Wanderley Antunes Ribeiro Senhora e Eduardo José Machado, réus no mesmo processo, também devem ser julgados hoje. Ambos, que estão em liberdade, são acusados de ajudar o empresário a fugir logo após o crime e escondê-lo. A previsão é de que o julgamento comece pela manhã e dure dois dias.
Ao todo, nove testemunhas serão ouvidas. Por sorteio, o corpo de jurado é composto por quatro homens e três mulheres.. O julgamento, no plenário 6, será presidido pelo juiz Antonio Carlos Pontes de Souza. O promotor do caso é Thiago Marin. O advogado é Fernando Viggiano. A advogada Maria GoreteSilva Carvalho, irmã da vítima Miriam Selma Miguel, atua como assistente de acusação.
O crime
O ator Rafael Henrique Miguel, de 22 anos, e seus pais, João Alcisio Miguel, de 52, e Miriam Selma Miguel, de 50, foram à casa da namorada Isabela Tibcherani, de 18 anos, na estrada do Alvarenga, no bairro Pedreira, Zona Sul, tentar conversar com a família dela porque o pai não queria o relacionamento dos dois. Mas na porta foram recebidos a tiros e morreram.
Rafael ficou conhecido por interpretar o personagem Paçoca na novela “Chiquititas”. Mas também atuou no comercial que pede para a mãe comprar brócolis e em novelas como “Pé na Jaca”, “Cama de Gato” e o especial de fim de ano “O Natal do menino imperador”.
Três anos de fuga
Logo após o crime, Cupertino fugiu e chegou a passar por outros três estados e até fora do Brasil para se esconder. Ele só foi preso quase três anos depois, em 17 de maio de 2022. Ele estava disfarçado e com identidade falsa em um hotel próximo de onde morava.
Na ocasião, ele chegou a dizer a jornalistas que era inocente e não matou ninguém,Apesar disso, ficou em silêncio quando foi interrogado na delegacia e ainda não falou nada à Justiça sobre os assassinatos e sua fuga.
Cupertino está preso preventivamente no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Guarulhos, na Grande São Paulo.

Cristina Christiano é jornalista com extensa carreira profissional, tendo atuado em diversos veículos impressos e audiovisuais nas áreas de polícia, justiça, saúde, educação, comportamento, urbanismo, direitos humanos, economia, entre outras. Fez diversas reportagens especiais, além de séries de repercussão e recebeu já vários prêmios por seu trabalho.