“Era 2h55 da madrugada. Acordei com uma sirene. Abri a janela e vi que era real.” O relato é do prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), que precisou se refugiar em um bunker após o início dos ataques de Israel contra o Irã na madrugada desta sexta-feira (13).
O político mineiro faz parte de uma comitiva com 25 brasileiros em missão oficial em Israel, a convite do governo local. Segundo ele, o grupo foi treinado para alcançar o abrigo em até um minuto e meio – e colocou o plano em prática pela primeira vez.
“Peguei o passaporte, bati no quarto ao lado, chamei o secretário de Segurança e corremos. Quando estávamos a caminho, o celular disparou um alerta muito alto, mandando buscar abrigo imediato. Foi desesperador.”
O bunker onde ficaram tem portas de aço, paredes de até 60 centímetros de concreto e sistema de ventilação especial para situações prolongadas. “Ficamos aqui uma hora e meia, duas… talvez três horas. Só fomos liberados agora há pouco pra descansar um pouco”, contou Damião, ainda visivelmente abalado.
A missão brasileira tem como foco a troca de experiências em segurança pública e tecnologia urbana. Também participam da viagem representantes de outras cidades brasileiras e autoridades de países como Argentina, Paraguai e Panamá.
O retorno ao Brasil estava previsto para o dia 20, mas foi colocado em suspenso. O espaço aéreo israelense foi fechado logo após o bombardeio. “Obviamente, vamos voltar no primeiro voo que for possível. Mas dependemos do governo de Israel e do Brasil. Por enquanto, só espero estar em casa o mais rápido possível.”
Segundo Damião, o clima no momento é de calma, mas a tensão persiste. “Estamos bem. Mas vai ficar tranquilo até quando? A gente não sabe.”
Por David Gonçalves – correspondente MD News na Itália | Revisão: Daniela Gentil
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