A família da atriz mirim Millena Brandão, de 11 anos, que morreu na última sexta-feira (2), abriu um boletim de ocorrência para a polícia investigar se houve negligência médica durante os atendimentos. Millena teve morte encefálica após ser diagnosticada com um tumor cerebral de 5 centímetros e sofrer 12 paradas cardíacas.
De acordo com o site Splash, do UOL, o boletim de ocorrência foi realizado na manhã desta segunda-feira (5), no 101º DP de São Paulo. Os documentos e protocolos serão analisados pela polícia antes de um posicionamento público da família.
O que aconteceu?
De acordo com Antônio Carlos Neto, advogado da família, Millena foi para um hospital com dores de cabeça pela primeira vez na segunda-feira, 28 de abril. A criança foi diagnosticada com dengue e voltou para casa. Porém, as fortes dores persistiram e Millena foi levada a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no Grajaú, no dia seguinte. Depois, foi encaminhada ao Hospital Geral de Grajaú para realizar exames, onde permaneceu internada até o dia de sua morte.
O que diz a Secretaria Municipal de Saúde?
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, uma sindicância será aberta para apurar como foi o atendimento na UPA. Em nota oficial, a instituição informou que um teste de dengue foi realizado no dia 28 de abril e o resultado foi negativo.
“Sem apresentar melhora clínica, foi solicitada às 7h59, do dia 29 de abril, a transferência via Sistema Informatizado de Regulação do Estado de São Paulo (Siresp). Após sinalização da equipe para a regulação sobre gravidade do caso, às 10h54, a vaga foi concedida pelo Hospital Geral do Grajaú e a paciente foi transferida. A direção da unidade permanece à disposição para o que for necessário”, comunicou.
O que diz o Hospital Geral do Grajaú?
O hospital informou que irá compartilhar todas as informações sobre o atendimento em caso de solicitação da família. Em entrevista ao Splash, a Secretaria Estadual de Saúde comunicou que a transferência da paciente ao Hospital das Clínicas só não foi realizada por conta da instabilidade clínica de Millena, que sofreu paradas cardíacas.
“A paciente chegou à unidade, no dia 29/04/2025, em estado crítico, com sinais de comprometimento neurológico grave. Embora a regulação tenha sido inicialmente autorizada, a equipe médica avaliou que o transporte representava alto risco à vida da criança naquele momento. A equipe multiprofissional do hospital presta total assistência à família, oferecendo acolhimento e todas as informações necessárias”, informou a Secretaria Estadual de Saúde em nota.
Ainda de acordo com a reportagem, os pais de Millena ainda não sabem qual foi a causa oficial da morte da filha.
Por Lorrayne Rosseti | Revisão: Daniela Gentil