A Gol, controlada pelo Grupo Abra, anunciou na noite desta quinta-feira (25) o fim das negociações sobre uma possível fusão com a também companhia aérea Azul. O anúncio também é referente ao codeshare, que havia sido acordado em maio do ano passado.
“As partes não tiveram discussões significativas ou progrediram em uma possível operação de combinação de negócios por vários meses como resultado do foco da Azul em seu processo de Chapter 11”, disse Abra à Azul em uma carta.
O comunicado marcou o fim das negociações que tiveram início com um memorando de entendimentos não vinculante firmado em 15 de janeiro de 2025.
“Após a assinatura do Memorando de Entendimentos de 15 de janeiro de 2025, a Abra tem se colocado à disposição para continuar avançando nas discussões rumo a uma combinação de negócios. No entanto, as partes não tiveram discussões significativas” afirma a nota da Gol.
A Abra destacou que a assinatura do acordo preliminar ocorreu em um cenário distinto do atual e, por isso, optou por encerrar as conversas.
“Como resultado, por boa ordem e conforme o acordo de confidencialidade, através da presente, a Abra apresenta notificação por escrito à Azul de que a está encerrando as discussões com relação a uma possível transação”, afirma.
O grupo encerra o comunicado explicando que acredita no mérito de uma combinação de negócios entre a Azul e a Gol e, “como tal, a Abra está pronta, disposta e disponível para engajar com os stakeholders aplicáveis”.
A Gol afirmou que “honrará” passagens comercializadas no âmbito da parceria entre as companhias e que “continua focada na excelência no atendimento de seus clientes”. A Azul confirmou o fim das negociações e também esclareceu que honrará bilhetes emitidos sob acordo de cooperação.
A empresa ainda reafirmou “comprometimento com processo de fortalecimento da sua estrutura de capital e informa que manterá os seus acionistas e o mercado em geral informados acerca de eventuais desdobramentos relevantes relacionados ao encerramento das discussões comerciais acerca da potencial combinação de negócios, bem como do acordo de cooperação comercial (codeshare)”.
O que diz o Governo Federal
Em nota, o Ministério de Portos e Aeroportos declarou que acompanha a decisão e ressaltou que o setor aéreo brasileiro se mantém em crescimento, com aumento na demanda por voos nacionais e internacionais.
O governo reforçou que o país seguirá contando com três grandes companhias aéreas — Gol, Azul e Latam —, o que garante competitividade e mais opções para os passageiros.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, viu com otimismo o saldo do processo entre Gol e Azul, mesmo com o fim das negociações.
“O resultado é fruto do fortalecimento das companhias aéreas e do crescimento da aviação no Brasil, impulsionando o turismo de negócios e lazer. O setor se consolida, gerando mais oportunidades e conectando o país”, escreveu na rede social X (ex-Twitter).
Por Arthur Moreira | Revisão: Daniela Gentil
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